Por Ivany Thomsson – 20 de abril de 2025
A TV Sucesso revelou uma reportagem investigativa que traz à luz uma lista preocupante de vítimas atribuídas aos chamados “Esquadrões da Morte” em Moçambique — grupos envolvidos em raptos, agressões e assassinatos com possíveis motivações políticas. Nos últimos dez anos, esses crimes têm atingido figuras públicas, políticos, jornalistas, ativistas e académicos, sem que haja responsabilização clara.
O documentário traça uma linha do tempo de casos que chocaram a sociedade moçambicana e continuam cercados de mistério e impunidade.
Entre os casos mais marcantes está o assassinato do constitucionalista luso-moçambicano Gilles Cistac, executado a tiros em plena luz do dia numa cafetaria de Maputo, em 3 de março de 2015. Poucos meses depois, o jornalista Paulo Machava foi morto enquanto fazia exercícios matinais na Avenida Agostinho Neto.
Em 2016, o professor universitário José Jaime Macuane foi sequestrado e alvejado nas pernas por desconhecidos — um ato amplamente visto como politicamente motivado. No mesmo ano, o deputado da RENAMO Jeremias Pondeca foi assassinado enquanto caminhava na Marginal de Maputo.
Em 2017, o então presidente do município de Nampula, Mahamudo Amurane, foi morto dentro da sua própria farmácia. Já em 2019, o ativista Anastácio Matavel foi executado por agentes da polícia de elite em Gaza — um dos poucos casos que chegou aos tribunais
Casos mais recentes incluem o assassinato do advogado Elvino Dias, ligado ao partido PODEMOS, e a tentativa de homicídio do músico e ativista Joel Amaral, conhecido como MC Trufafá, baleado em Quelimane.
O padrão é claro: na maioria das situações, os autores permanecem desconhecidos, e os mandantes raramente enfrentam a justiça.
Conhecidos como “Esquadrões da Morte”, esses grupos atuam à margem da lei, muitas vezes com ligações a estruturas estatais ou forças de segurança, usando métodos de intimidação, tortura e execuções sumárias para eliminar opositores ou críticos do sistema.