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O LADO OBSCURO POR TRÁS DA CHAMA DA UNIDADE NACIONAL‼️

 


Quando eu tinha cerca de 15 anos, sempre me intrigava o verdadeiro significado da chamada “Chama da Unidade Nacional”. Perguntava aos meus pais — ambos figuras de destaque no aparelho do Estado moçambicano, ligados ao SISE nos anos 90 — por que razão aquela tocha precisava atravessar o país inteiro, do norte ao sul. E, mais ainda: por que se gastavam milhões de meticais apenas para escoltar o que, à primeira vista, parecia ser apenas uma simples tocha acesa?⁉️

Lembro-me bem: meus pais trocaram olhares, deram uma risada discreta e, sem hesitar, responderam:

— Filha, aquilo não é só uma chama. É um ritual. Um instrumento que o governo usa para manter o povo moçambicano fiel e obediente ao partido Frelimo — mesmo quando este toma decisões que não agradam ao povo. Não sei como é noutros países, mas aqui... vai muito além do simbolismo — disse meu pai.

Assustada com a revelação, perguntei:

— Então é feitiço, pai?!

Ele apenas acenou com a cabeça. Confirmando.

Hoje, muitos anos depois, compreendo com mais clareza o que meus pais queriam dizer. Por quase 50 anos, o povo moçambicano viveu em estado de adormecimento coletivo, aceitando em silêncio abusos, exclusões e promessas não cumpridas. Por quê? Porque, talvez, esteve enfeitiçado por este mesmo ritual — renovado após cada eleição, alimentado por símbolos como a "chama da unidade".

E agora, mais uma vez, no dia 7 de Abril, a história se repetirá. Muitos correrão para tocar nela, sem saber o que ela representa de verdade. Mais uma vez, será lançado o feitiço. Mais uma vez, o povo será chamado a aceitar a Frelimo como uma máquina inquestionável.

Mas será que, desta vez, vamos acordar?

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